I
23 dicembre 2008
às
21:46
`uma mentira de
ilana
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14 dicembre 2008
17 luglio 2008
,
ici
soube por anastassya que bielo-russia quer dizer a russia branca,
adoro o barulho de quando muitos lendo junto viram a pagina ao mesmo tempo,
hoje mareei os olhos numa aula sobre o tempo,
e pela primeira vez vi um garçom espirrar
às
18:25
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ilana
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14 giugno 2008
para te escrever um texto agora, me aproximo de alguma matéria
que às vezes parece madeira a ser entalhada, pra ficar só o que resiste,
noutras é uma massa que cede aos dedos
em especial aos gestos pequenos
como o das mãos que estiram a água do próprio corpo depois do banho
ou uma mão que ainda mais leve acompanha a maçã do rosto de uma pessoa
(as outras faíscas e farpas, estórias que podem ser da tessitura, ficam em suspensão: tive que encarar a matéria da madeira. envolvem rãs, polvilho muito branco, garoa, são paulo. e como eu comecei a contar do coelho...)
às
11:51
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13 giugno 2008
é uma espera para escrever inteira, para guardar depois dos olhos o sabor de umas palavras que chegam à boca, se repetem e refazem num murmúrio de quem gosta
força-motriz, raiz, sentir santir sentr-se com todos os acentos
e conotações
transbordos e transoceânicos
« nas viagens de terra, subterrâneo mar e ar »
vontade muita, vontade simples e alive viva
de contar que nasci em doze do doze, e nascer é tão violento
violento visceral paixão
o que é tão bom e pulsante
quanto partir en vitesse para escrever e fotografar horrores, o que for terrivelmente bonito,
desde o dia sete do sete deste ano
até um continente onde o conteúdo transborde
sem a superfície estriada que a gente percorre como roteiro,
sem roteiro,
no mergulho
às
23:33
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6 giugno 2008
« Era como se eu procurasse a natureza de um verbo que não tivesse infinito e que só poderia ser reconhecido através de um tempo e de um modo »
Monsieur Roland Barthes, na Câmara Clara
às
21:11
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19 maggio 2008
te escrevi hoje no fim da manhã, deitada num banco que amo, perto do chão, onde quando a gente deita se sente cedendo à terra de todo o cheiro do sol entre as frestas, molhado, dos bichos pequenos que seguem correndo pelos tecidos mesmo depois no contínuo do dia, na volta pra sala, ali onde ficam os papéis, os móveis e as pessoas
quando eu te escrevi não tinha papel, nem lápis, teclado,
e, estando sozinha, tinha só eu
agora que eu te conto, tudo se imagina de novo, você pode imaginar
que tinha você perto
--
no resto do dia eu fui entender
essa fenda que se abre e como é infinita pra dentro
ou então, melhor dizer, eu só comecei
muito lenta, a entender
como um encontro abre essa fenda, pra gente falar sem língua, coisa nenhuma, do oco para o oco
porque ao mesmo tempo é tanta explosão, pólvora, tão bom violento mas tão violento,
que a gente já começa a seguir pelos dias, como só pode, no viver de sobrevida,
com as palavras, camadas, o português, a madeira feita em móvel
--
ainda fica, de todo jeito,constelação de ossos quebrados
mesmo com um pouco de amortecimento pra tocar,
a sensação de estar vivendo com muita força,
e um beijo muito,
até que o tempo for propício,
às
20:03
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17 marzo 2008
´
secar a pele, nutrir a pele, fazer do quente a toalha
e assim por diante estar muito perto,
aos poucos poderei dizer estar dentro,
dentro mesmo de onde moro,
tem noites em que vem só o susto.
parece que no outro domingo essa ainda não era a casa, então era mesmo o protótipo de casa e eu ficava e fotografava, me estendia no ensaio de habitar a grande novidade.
eu fiquei a semana toda louvando aquele domingo.
mas hoje, hoje era domingo então eu não soube mais sair daqui, não fiz bater as pernas pra ver o filhote do kazuo ohno, ainda que ame a paulista, sobretudo naquela altura, porque para chegar naquela altura sempre significa já ter andado um tanto,
--
às
00:08
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é, deve ser, deve ser que não tem outra: é preciso reverter cada domingo de um jeito novo, num gesto bem grande e diverso
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00:05
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16 marzo 2008
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23:32
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10 marzo 2008
_
Ne laisse pas le soin de gouverner ton coeur à ces tendresses parentes de l'automne auquel elles empruntent sa placide allure et son affable agonie. L'oeil est précoce à se plisser. La souffrance connaît peu de mots. Préfère te coucher sans fardeau: tu rêveras du lendemain et ton lit te sera léger. Tu rêveras que ta maison n'a plus de vitres. Tu es impatient de t'unir au vent, au vent qui parcourt une année en une nuit. D'autres chanteront l'incorporation mélodieuse, les chairs qui ne personnifient plus que la sorcelleire du sablier. Tu condamneras la gratitude qui se répète. Plus tard, on t'identifiera à quelque géant désagrégé, seigneur de l'impossible.
Pourtant.
Tu n'as fait qu'augmenter le poids de ta nuit. Tu es retourné à la pêche aux murailles, à la canicule sans été. Tu es furieux contre ton amour au centre d'une entente qui s'affole. Songe à la maison parfaite que tu ne verras jamais monter. À quand la récolte de l'abîme? Mais tu as crevé les yeux du lion. Tu crois voir passer la beauté au-dessus des lavandes noires...
Qu'est-ce qui t'a hissé, une fois encore, un peu plus haut, sans te convaincre?
Il n'y a pas de siège pur.
_René Char, J'habite une douleur. 1962.
Não deixe o mando de teu coração a cargo dessas ternuras parentes do outono de quem emprestam marcha mansa e sua afável agonia. O olho é precoce ao dobrar-se. O sofrimento conhece poucas palavras. Prefere deitar-se sem peso: sonhará no amanhá e teu leito será leve. Sonhará com tua casa sem vidros. Você fica impaciente pra se unir ao vento, ao vento que percorre um ano numa noite. Outros vão cantar a incorporação melodiosa, as carnes que não personificam mais do que os feitiços da ampulheta. Condenará a gratidão que se repete. Mais tarde, será confundido com algum gigante em desalinho, senhor do impossível.
No entanto.
Só fez aumentar o peso de sua noite. Está de volta à pesca das muralhas, à canícula sem verão. Está furioso com seu amor no centro de um acordo que enlouquece. Sonha com a casa perfeita que jamais verá crescer. Até quando a colheita do abismo? Mas vazou os olhos do leão. Crê ver passar a beleza acima das lavandas negras...
Quem te alçou, mais uma vez, um pouco mais alto, sem te convencer?
Não há base pura.
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22:39
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26 gennaio 2008
existem, ouvi dizer, existe por exemplo alguém que vê o número pi numa extensão - mais de cinco horas para dizer na voz - uma paisagem. regiões muito bonitas mesmo.
sempre por terra, essa estrada leva à Bahia...passa por rios,
instante-região.
os dias são todos transitórios, caminham rumo ao vapor. igual eu ouvi sendo raio Claudeci dizer que somos faíscas.
porque num estalo alguma vez - porque ainda, porque no murmúrio do chá - não tinha nada diverso entre sonho e passado.
a gente muda o tom da voz para dizer que uma parte é delírio,
mas num mesmo balaio
tive um sonho em que as pessoas do ônibus falavam inglês, uma menina ficava dizendo pra outra que 'é tudo a mesma substância', o único livro que trouxe tem uma grande página de rosa em italiano.
acordei e riam muito do sotaque australiano dele, elas capotaram, davide também tinha dormido absurdos em turim.
às
14:43
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feito um mantra no lugar do outro mantra de que já nem me lembro mais.
uma parte da sede vai com o tanto que se bebe, mas há o que se abastece só nos olhos,
o sol nasce do mar.
às
14:18
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não apressa as fagulhas que vê a prestes a soltar
já tem o apreço, o natural fôgo nos olhos, essa lembrança de que o fogo sempre enfim
às
14:11
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ilana
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