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No ônibus, perto do meio-dia, ao menos seis pessoas de olhos fechados.
(Prováveis os doze castanhos, um tom sobre o tom da pele de meus conterrâneos no Brasil.)
Das quatro bundas de meninas
ao alcance do meu olhar
três vestem calça jeans
com adereço de brilhantezinhos, "strass"
Numa noite de novembro, estive de bobeira com minha irmã
desgrudando da calça nova
bolinhas de strass. Demos risada porque ficaram muito simpáticas
feito estrelas no chão do quarto.
(Os meus olhos são de castanha também,
ainda que um querido tenha dito jabuticaba
e talvez outro mel.)
14 dicembre 2007
às
17:48
`uma mentira de
ilana
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bem possível:
tudo o que escrevo e destino até
tem sido o puro exagero
e como é sempre
isso há de vir da própria matéria das palavras, que são
um sopro,
mas que o modo formol retém
nos itens enviados
importante:
se eu me dispusesse à computação
fazia um gif animado
em que " da própria matéria das palavras"
se alternava com "dos anseios-coração"
---
ficam renitentes no pensamento também. ai! querendo me compor na firmeza,
desdenho tudo o que tiver mandado
antes de entrar na madrugada. é! qualquer movimento que segue em direção.
às
14:51
`uma mentira de
ilana
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13 dicembre 2007
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porque às vezes parece que se eu começasse a adentrar no universo não ficaria nenhuma palavra sustenta que resistisse à composição de um
sabe? como quando se tira as camadas, no centro não se alcança um vazio?
às
23:01
`uma mentira de
ilana
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2 dicembre 2007
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não afobar a cena do amor
ou fazer tudo isso, fazer de tudo isso o oposto, tanto fazer
--
uma escrita que nunca teve noção de seu trajeto
desse mesmo jeito eu te escreveria
num gesto contínuo
que quando segue um ramo desde o outro
até sabe que um dia houve tronco
mas não se prende à lembrança,
já não se lembra de ter havido muitos galhos
ou alguma possibilidade de indecisão
às
18:17
`uma mentira de
ilana
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tudo isso é tão pequeno
que uma onda de mar seria
o puro caldo espesso da vida provisória
e pra ver isso
os olhos têm de abrir na água um pouco quente
às
18:16
`uma mentira de
ilana
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o teu nome
tem tantos contornos, quebra dos caminhos da cidade
que uma pessoa pode mesmo passar uma vida seguindo a si própria
e até desse jeito vai estando perto de você
às
18:10
`uma mentira de
ilana
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