16 dicembre 2004

.


Canção de quase dama

Eu quero te escrever longa e concisamente. Talvez umas letras para a melodia que me deste em segredo. Eu só posso te escrever calma e furiosamente, procurando a flor que brota na tempestade que essas coisas me dão. Pode ser que ela se esconda, e só vejas raios e tormenta. Mas o mais provável é que eu te ponha diante de um jardim. Que na verdade só existe no dia seguinte, que logo vira dia anterior pois nunca é meu hoje. Queres me encontrar em um não-dia, para que conheças um sopro de mim? É quase um véu. Mas não tem problema, eu acho, que penses em mim uma noiva. O que farei do meu estado de dama? Devo falar baixo, sorrir de metade, não ter os pés calejados? Há algum jeito de aprender e, vejo em mim, certa vontade. Dessa escrita que te devo, para a suspeita canção.